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Datei:Timor de Lés a Lés, Cap Armando Pinto Correia, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1954, Portugal - Image 223973.jpg

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Português:

Cap. Armando Pinto Correia, Timor de Lés a Lés, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1954.

(1897-1943)

Lisboa, Portugal.

Pub. in Girão, revista de temas culturais do concelho de Câmara de Lobos, direcção de Manuel Pedro S. Freitas, 2.º semestre / 1988, Grupo Desportivo do Estreito de Câmara de Lobos, p. 5.
Foi militar, administrador colonial do Império Português, jornalista e escritor. Alguns estudiosos afirmam que Armando Pinto Correia terá nascido a 3 de setembro de 1897, no Estreito de Câmara de Lobos, na Qt. de Santo António, residência de seus pais – Guilherme Pinto Correia e Inácia Augusta de Seixas Alves Correia, grandes proprietários madeirenses – , e que terá falecido a 29 de janeiro de 1943, em Moçambique. Na verdade, os seus registos de batismo e de casamento revelam que nasceu no Funchal, tendo sido batizado na paróquia de Santa Luzia, no dia 31 de outubro de 1897. Contraiu matrimónio a 23 de janeiro de 1924 com Teresa Matos de Sousa Pinto Correia, natural de São Cristóvão, Coimbra.
Armando Pinto Correia entrou para o Liceu do Funchal em 1907, tendo posteriormente ingressado na Faculdade de Ciências de Lisboa e Coimbra e, por fim, em 1917, na Escola de Guerra, onde fez parte da legião de cadetes que auxiliou a ascensão de Sidónio Pais ao poder. Em 1918, é promovido a alferes. É destacado para França, integrando o Corpo Expedicionário Português (CEP) na Primeira Guerra Mundial. Após a Guerra, regressa à Madeira, em 1919, onde integrou o Regimento de Infantaria n.º 27, Companhia de Metralhadoras Pesadas. Em 1922, é nomeado tenente.
Em 1924, Armando Pinto Correia é detido na sequência da publicação de um artigo de espírito inconformista, em que critica de forma acérrima o despotismo do poder executivo, acusando-o de contribuir, através das suas políticas, para a ruína do país. Após a sua morte, diversos artigos de homenagem davam conta dos seus “sugestivos artigos, onde transparecia bem a pureza da sua linguagem e o vigor do seu espírito forte e combativo” (O Jornal, 31 jan. 1943, 1). Após a publicação do polémico artigo, Pinto Correia cumpre pena no Palácio de S. Lourenço, sendo posteriormente transferido para Bragança e Lisboa, onde integra o Regimento de Infantaria n.º 10 e a Garagem Militar. No mesmo ano, em novembro, é designado ajudante do Gen. Gomes da Costa. A 18 de abril de 1925, participa na revolta nacionalista liderada pelos generais João Sinel de Cordes e Gomes da Costa. Na sequência deste pronunciamento militar, Armando Pinto Correia participou na revolução de 28 de maio de 1926, tendo sido ferido e detido como conspirador no Hospital da Estrela e, posteriormente, no Forte de S. Julião da Barra. Em julho de 1926, após a constituição do governo do Gen. Óscar Carmona, é novamente detido, e exilado para os Açores, juntamente com o Gen. Gomes da Costa. Nos Açores, torna-se instrutor de metralhadoras, professor e, posteriormente, é nomeado diretor do curso regimental e comandante da escola de recrutas.
Armando Pinto Correia regressa a Portugal continental em 1928, onde é destacado para o Batalhão de Caçadores n.º 10, na Guarda. No mesmo ano, em junho, viaja para Timor, onde é designado ajudante do governador Teófilo Duarte e se torna responsável pela secção de metralhadoras pesadas. Ainda no mesmo ano, em setembro, é nomeado administrador da circunscrição civil da cidade de Baucau. Exerce esta função até 1934, altura em que é designado chefe da repartição das Obras Públicas de Timor. Já em junho de 1934, é nomeado administrador e presidente de Díli e, um mês depois, é nomeado inspetor administrativo das colónias.
Em 1934, é promovido a capitão. No dia 5 de outubro do mesmo ano, Armando Pinto Correia é agraciado com a medalha e o grau de Cavaleiro do Império Colonial (Ordem do Império) e no dia 27 do mesmo mês é condecorado Cavaleiro da Ordem Militar de Avis. Em 1936, é transferido para Angola e é, posteriormente, nomeado inspetor chefe dos serviços administrativos de Angola, cargo que abandona alguns meses depois, para ir ocupar a mesma função em Moçambique. No dia 8 de outubro de 1940, Armando Pinto Correia é novamente agraciado Oficial da Ordem Militar de Avis, pelos serviços à pátria. Em maio de 1941, é designado governador da província da Zambézia, em Moçambique.
Como se referiu, recebeu, durante toda a sua vida, diversas medalhas e louvores militares e administrativos pela sua bravura, pelo seu sentimento nacionalista e pela atuação e missão civilizadora no Império, tendo sido responsável por projetos de intensificação da agricultura e construção de canais de irrigação com o objetivo de combater a pobreza extrema das periferias; construção de escolas que visavam a promoção da educação da mocidade e de instituições de assistência social, estradas, zonas de lazer, edifícios afetos a serviços públicos; e ainda organização de eventos culturais, como exposições, pois “só compreendia a vida a servir a grandeza da Pátria” (MÚRIAS, O Jornal, 3 mar. 1943, 1).
Armando Pinto Correia não só se destacou pelo seu brilhante percurso militar, mas também por ser um exímio jornalista, crítico literário e escritor. Integrou tertúlias literárias, convivendo com insignes madeirenses como Antonino Pestana, Manuel Pestana Reis, P.e Eduardo Pereira, Cón. Fernando de Menezes Vaz, P.e Plácido Pereira, Ramon Correia Rodrigues, Luís Vieira de Castro, Juvenal Araújo, Ezequiel Velosa e Alfredo de Freitas Branco, visconde do Porto da Cruz. Em 1914, fundou e dirigiu o periódico Vida Académica e, em 1915, foi redator principal do Jornal de Coimbra e do Despertar. Colaborou, igualmente, no Diário de Notícias e n’O Jornal da Madeira, encontrando-se muitas das suas produções dispersas pela imprensa madeirense, incluindo críticas literárias e crónicas sobre a vida política portuguesa. Em 1926, ano do golpe de 28 de maio, Armando Pinto Correia funda e dirige o periódico Revolução Nacional. Para os seus amigos, além de um militar “extremamente culto e inteligente, era também um grande patriota cheio de abnegação e de heroicidade” (PORTO DA CRUZ, Notas, 1953, 198).
Armando Pinto Correia publicou diversos livros e estudos sobre várias temáticas, nomeadamente: Um Poeta em Frangalhos (1921); “Notas de etnografia timorense (região de Baucau)”, estudo publicado no Boletim Geral das Colónias (1934); Gentio de Timor (1935), dedicado a Teófilo Duarte; e Timor de lés a lés, editado postumamente, em 1944. Um Poeta em Frangalhos surge na sequência de uma polémica sobre a crítica mordazmente irónica e pouco benevolente ao livro de poesia de Jaime Câmara, intitulado Fructos (1920). Gentio de Timor resulta da sua experiência como administrador colonial durante aproximadamente seis anos, com um profundo olhar observador e conhecedor do povo timorense. Esta obra arrecadou o primeiro lugar no Concurso de Literatura Colonial, em 1935, e foi adotada como livro de consulta pela Escola Superior Colonial. A minúcia e os detalhes da vida social indígena retratam todo o curso da vida, abarcando comportamentos, rituais e crenças. Considerada uma obra de sumo interesse linguístico, cultural e religioso, Armando Pinto Correia sobressai como um verdadeiro etnógrafo e antropólogo da cultura timorense e um pioneiro destas ciências no tempo colonial. Já Timor de lés a lés, publicado postumamente, constitui um estudo mais profundo, do ponto de vista corográfico e etnográfico, dos povos indígenas de Timor. Além de contemplar estudos sobre os povos, é composto por investigações e impressões sobre as colónias portuguesa e holandesa. Horácio Bento de Gouveia, insigne escritor madeirense e estudioso da obra de Pinto Correia, considera que a escrita do mesmo contempla três períodos: “a primeira caracteriza o escritor do ponto de vista descrito, a visão do mundo e das coisas em superfície e referese aos artigos por ele publicados no 'Diário de Notícias', por volta de 1920 […]; entra seguidamente na segunda fase, a do panfletário e polemista, no campo literário, para, dentro em pouco, se desfraldar, na terceira fase como escritor de fôlego com o livro 'Gentio de Timor” (GOUVEIA, DN, 29 nov. 1952, 1).
O seu falecimento inesperado, a 29 de janeiro de 1943, em Quelimane, Zambézia, Moçambique, com apenas 45 anos, causou grande consternação na Madeira, comoção essa que se encontra estampada em dezenas de páginas de periódicos madeirenses. Armando Pinto Correia era visto como uma “grande alma, dum espírito voluntarioso, dum generosíssimo coração, norteado na vida por razões fundas de idealismo e por impulsos de temperamento e de afectividade” (DN, 2 fev. 1943, 1). Nove anos após a sua morte, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos deliberou, na sequência da proposta do seu presidente, Vasco Gonçalves, atribuir, em forma de homenagem, o nome “Capitão Armando Pinto Correia” a uma das ruas da cidade. Em 2009, 74 anos depois da primeira edição, a Câmara de Câmara de Lobos lançou, por iniciativa própria, a segunda edição do livro Gentio de Timor, com a presença, introdução ao livro e discurso do bispo emérito de Díli, D. Ximenes Belo, que considerou o capitão Armando Pinto Correia “um homem do Governo, um grande comandante, e, ao mesmo tempo um grande escritor e grande humanista” (BELO, Registos Históricos, 2009, 169).
Obras de Armando Pinto Correia: Um Poeta em Frangalhos (1921); “Notas de etnografia timorense (região de Baucau)” (1934); Gentio de Timor (1935); Timor de lés a lés (1944).
Bibliog.: manuscrita: ABM, Arquivo de Eduardo Nunes Pereira, cx.17, Biografia de Armando Pinto Correia dactilografada por Eduardo Nunes Pereira, n.º 11; Ibid., Conservatória do Registo Civil do Funchal, Casamentos, 1924, liv. 39, fls.13-13v.; Ibid., Paróquias, Paróquia de Santa Luzia, Registos de Batismo, 1897, liv. 6473, fl.64; impressa: BELO, Carlos Filipe Ximenes, Registos Históricos, Câmara de Lobos, O Liberal, 2011;“Cap. Armando Pinto Correia – Missa e Sufrágio”, O Jornal, 6 fev. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, DN, 4 fev. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, DN, 14 fev. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, DN, 16 fev. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, DN, 31 jan. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, Eco do Funchal, 31 jan. 1943; “Capitão Armando Pinto Correia”, O Jornal, 31 jan. 1943; Diário de Notícias, 1 fev. 1943;“Um Homem”, Diário de Notícias, 2 fev. 1943; “A Morte do Capitão Pinto Correia”, O Jornal, 30 mar. 1943; GOMES, Alberto Figueira, “Armando Pinto Correia”, DN, 23 jan. 1971; GOUVEIA, Horácio Bento, “Homenagem à memória do Capitão Armando Pinto Correia”, DN, 29 nov. 1952; Id., “Escritores madeirenses esquecidos”, DN, 4 ago. 1963; Id., “Armando Pinto Correia”, Voz da Madeira, 28 maio 1966; MENESES, Carlos Azevedo de e SILVA, Fernando Augusto da, Elucidário Madeirense, vol. II, Funchal, DRAC, 1998; MÚRIAS, Manuel, “Armando Pinto Correia”, O Jornal, 3 mar. 1943; PEREIRA, Eduardo C. N., Ilhas de Zarco, vol. I, Funchal, Câmara Municipal do Funchal, 1967; PORTO DA CRUZ, Visconde do, Notas & Comentários Para a História Literária da Madeira, vol. III, Funchal, Câmara Municipal do Funchal, 1953; SANTOS, Jaime Vieira, “Timor de Lés a Lés”, Diário da Madeira, 24 dez. 1944; SILVA, Silvano, “Um amigo”, O Jornal, 4 fev. 1943; VIEIRA, Gilda França e FREITAS, António Aragão de, Madeira: Investigação Bibliográfica, vol. I, Funchal, DRAC, 1981; digital: FREITAS, Manuel Pedro, “Correia, Capitão Armindo de Freitas” in FREITAS, Manuel Pedro, Câmara de Lobos. Dicionário Histórico, Corográfico e Biográfico, Câmara de Lobos, ed. do Autor: http://www.concelhodecamaradelobos.com/dicionario/correia_armando_pinto.html (acedido a 18 dez. 2017).
Fernanda de Castro (DEM 3)

Datum
Quelle Arquipelagos (consultar ficha)
Urheber Agência Geral das Colónias

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